quinta-feira, 31 de maio de 2018

O que faço com essas horas...


A vida volta

O sonho foi embora.
Corre à noite sem lua e estrelas.
O colesterol mental
Quer parar o sangue nas veias.
O sonho volta?

Ela volta?
O dia vem chegando meu amor
E eu não sei o que fazer com essas horas.
A ausência de esperanças tuas apavora...
Volta?
Não vá, espere!
A vida volta!
Volta!
Não vá! ....
Agora...
O que faço com essas horas...
Essa tarde chuvosa de outono na primavera...
Pingos de chuva na janela
E o sol teimoso a dormir.
Espera um vento sul o céu abrir
Mostrar um arco ires no porvir.

Autor _ Odair Ribeiro

terça-feira, 29 de maio de 2018

A conversa foi boa


Andando meio louco, viajando pelo céu.
Podem até pensarem que não.
Mas visitei o apóstolo João.
A conversa foi boa.
E era eu quem estava na proa.
Os céus e os desertos abertos.
Os humanos não eram humanos.
Vi Deus e muitos anjos por perto.
Envolto em amor estava o meu deserto.

Autor – Odair Ribeiro



sábado, 26 de maio de 2018

A ausência traz solidão.



Delírios mentais...
Sangue quente e frio na veia.
Olhos turvos cansados querem ficar parados.
Coração acelerado
Bombeia sentimentos por muitos lados.
Sem saída nas carnes trancado.
Vem sofrimento dilacera as entranhas.
Dá um nó nos pensamentos,
Se atrapalham, perto e longe dela treme.
Sua presença e o vazio confundem-se.
Amor e ódio rastejam pelo chão.
Encruzilhadas sentimentais o nada e o tudo mental.
Palavras sem sentido sentidas sem sentido
Atormenta o corpo e irrita o ouvido.
A ausência traz solidão.
Vai o amor vagando as vagas vagabundeando
 nas noites e não vejo um amanhecer no meu dia.

Autor – Odair Ribeiro





quinta-feira, 24 de maio de 2018

Fantasia



Numa tarde fria,
Numa escola te encontrei, eu tremia.
Tremia de emoção, sabia,
Encontrei a outra metade da minha ilusão.
No princípio, já sabia, minha, sempre serias.
Assim me deixei levar, por teu sorriso, por olhar.
Mulher, meu corpo teu corpo quer.
Tenho sofrido, com alegria.
Faz-me viver, essa fantasia.



sábado, 19 de maio de 2018

Tudo é passageiro:


Efêmero

Tudo é efêmero:
O amor,
A brevidade da vida,
Um espirro,
Uma ferida.
Tudo é passageiro:
A raiva,
As águas do rio,
Um sorriso,
Um coração frio.

Nada Permanece:
A alegria,
A juventude,
A tristeza,
Um homem rude.

Tudo muda:
As nuvens,
As ruas,
As bocas fartas,
As mãos nuas.

O que foi,
Hoje não é,
Amanhã
Não será.

Autor-Odair Ribeiro


quinta-feira, 17 de maio de 2018

Vai e vem terrestre


Dia após dia entre tempestades carnais, andando, sumindo, indo de encontro às desilusões os olhos vermelhos feitos sol inferno na face sem lágrimas tal cachoeira seca indo ao infinito fio esperança onde humanos dançam em desarmonia nas noites, nos dias, indo, absorvendo tristezas dos corações perdidos num vai e vem terrestre.
Dia após dia entre nuvens azuis andando sumindo, indo ao encontro da esperança os corações brandos feitos anjos céu tal pétala flor primavera sem quimera onde humanos dançam, cantam nas noites, nos dias, indo ao encontro das ilusões num vai e vem espiritual.

Dia após dia entre confrontos ideológicos, andando, sumindo, indo ao encontro de suas aspirações pessoais, luta, chora, sorri, ofende, nariz em riste caminha, desdenha seus pares e não percebe o tempo em orquestra de escaninhos letárgicos mentais indo num vai e vem terrestre sem o espiritual.


sábado, 12 de maio de 2018

Em harmonia



Ei você que anda nas nuvens falando palavras distorcidas
iludindo mentes ingênuas, simples, vazias,
Pare!
A mulher ainda chora, o filho ainda implora!
Onde está Papai Noel agora?
Onde estão os amores?
Nos Palácios?
Nas Igrejas?
Nos becos, nas sarjetas?
Nas filas do SUS,
nos leitos dos hospitais?
Mestres ocos!
Padres,
Bispos,
Psicólogos,
Pastores,
Filósofos enganadores!
Correm estradas sempre trilhadas,
sempre as mesmas estradas...
As pérolas não mais lapidadas descem as escadas da salvação.
Salvação?
Ah meu irmão, salvação de que?
Saia do porão!
Pare de pensar venha raciocinar com a natureza veja sua beleza.

Os rios correm suas correntezas.
Os mares nos mostram suas profundezas.
As florestas e seus verdes
no balanço do vento aspira e inspira esperança.
O sol as estrelas a lua os céus a chuva o vento o rio
os mares correm suas ruas.
O sol aquece o coração, a lua ilumina a visão,
os rios lavam o cérebro
e o mar os devolvem em chuvas de amor
sem dor lavando os corações da mãe Terra.
Convivem em harmonia exalando amor
sem se preocupar a quem vão dar vida alegria.
Sua igreja, seu guru, seu ídolo,
seus governantes não podem nada!
É a vida a morte gerando vida em amor
ciclos naturais infinitos nossa eternidade.

Autor – Odair Ribeiro

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Vinho derramado


Ao entardecer as luzes do arrebol
coloriam a serra do mar.
Uma gaivota no céu voava,
e a terra a lua acariciava.
Solitário homem quieto
um vinho degustava e relembrava.


Eu não busquei te amar,
mas eu te amei.
Eu não busquei chorar,
mas eu chorei.
Eu não busquei ter saudades,
mas saudades eu senti.

E assim fui me deixando levar,
por teu sorriso por teu olhar.
E assim fui me deixando levar...

O sol surgindo no horizonte,
sem perceber amanhecia,
e eu sem você mais dia.

O vinho derramado na mesa,
teu retrato rasgado
entre taças quebradas no chão,
igual... meu coração.

Eu não busquei te amar,
mas eu te amei.
Eu não busquei chorar,
mas eu chorei.
Eu não busquei ter saudades,
mas saudades eu senti.

E assim fui me deixando levar,
por teu sorriso por teu olhar.
E assim fui me deixando levar...

Autor – Odair Ribeiro

domingo, 6 de maio de 2018

Palavras em taças


...Naqueles dias
os sentimentos andavam amargos,
quietos pelos cantos da casa.
As palavras distorcidas abriam feridas
amargas feito vinho abandonado
 exalando fel no fundo da taça.
Os vinhedos não refloresceram,
O sol não venceu o inverno,
o amor não amou o amor,
deixou de ser  eterno.

Autor – Odair Ribeiro


quarta-feira, 2 de maio de 2018

Meu velho vinho novo


Onde estão os amores
que me prometeram?
Onde está o vinho novo?
Esta por acaso morrendo
nos vinhedos!

Estarão nos futuros
vinhedos verdes
preparando   a guerra
contra os novos amores?
Ficarão as taças estilhaçadas
nas próximas desilusões?
Nos próximos desamores?
Não...minhas dores
entrelaçadas estão
com meus velhos amores.
Ah, deixem-me ébrio
morrer nos braços da saudade
do meu amor antigo
bebendo meu velho vinho novo.

Autor-Odair Ribeiro