Memórias lavadeiras
Remoendo saudosas memórias numa tarde de verão,
vi as lavadeiras na fonte, tirando o cheiro das
roupas,
falando de
seus sonhos de amor e paixão.
As roupas nas mãos esfregando
entre a pedra e o sabão deslizando,
contavam histórias belas e de mal feitos,
agachadas no leito da
fonte sensualizando,
o vestido entre as pernas suas ancas desenhando.
galantes moços vindo do estrangeiro.
O lenço prendendo seus cabelos
mostrando o semblante em magia.
O decote desenhava o peito os seios
e sonhavam com tudo que o amor prometia.
Lembranças daqueles dias daquele lugar.
O pensamento vagando
a sonhar o querer daqueles dias,
que era ter o
amor em seus nos braços,
e nas águas daquela fonte com ele eternamente
mergulhar.
Memorias lavadeiras, flutuam feito bolas de sabão,
brotam em lembranças, vindas das cicatrizes do
coração.
Autor- Odair Ribeiro
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