sábado, 1 de fevereiro de 2020

As mulheres não se arrumam para outras mulheres


As mulheres não se arrumam para outras mulheres

Tem vozes e sussurros nas paredes da casa onde ando.
Sombras nos corredores dores em todos os cantos.
Melancolia nas gavetas cheias de roupas finas.
Em outras gavetas vazias os trapos gargalham feito loucos.
Forças ocultas proíbem as roupas ansiosas de cobrir aquele corpo.
Perderam a naturalidade do enfeite, mas os cabides ficam no deleite.
A comida anda sem gosto o tempero não está no ponto.
As feridas cicatrizam, mas o passado com suas farpas jorra sangue...
As magoas perambulam pelos corredores da casa e as lágrimas caem pelo rosto.
O problema é a razão que deixa sapatos jogados em qualquer canto.
Outras roupas finas nas gavetas atrás da porta em outro quarto!
Deixa de cabeça para baixo a calça e o zíper emperra.
Homem que é homem chora de amor e no abandono berra.
Ela fica tão linda em seu pijama de flanela, muito mais no de cetim.
Iludido fico a olhar pensando que ela se arruma para mim.
Mas dizem: As mulheres se arrumam para outras mulheres.
Que desilusão...com esse clima não refloresce o jardim...
E a discórdia, a inércia a preguiça o desalento ingredientes do amor na UTI.
Na primeira hora da manhã recebe alta e vai embora.
Nesse dia ela vai acompanhar um cortejo especialmente para mim....
As mulheres não se arrumam para outras mulheres.

autor-Odair Ribeiro




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