sexta-feira, 24 de abril de 2020

Não devo murmurar meus segredos.


Devo murmurar meus segredos?

Indiferença.
O vento frio corava o coração,
o rosto, o infinito, o quarto.
Tuas mãos, teu perfume, teu suor, tuas roupas, teus
sapatos, presença tua, vou para a rua.
Desencontros, meus coringas são minhas incertezas.
Devo murmurar meus segredos?
O vento, o amor, o poeta....
onde nascem? Morrem?
São feras?  Alentos?
Sinto tua falta...
Desencontros, meus coringas são minhas incertezas.
Devo murmurar meus segredos?
Os sentimentos na boca da mulher feitos palavras faíscam
Acendem atitudes reprimidas, formigas despertas no inverno.
Palavras... Sábio é o silêncio.
Desencontros, meus coringas são minhas incertezas
Devo murmurar meus segredos?
Rejeito o livro posto à mesa.
Busco calar, pois o mudo fala.
O amor acaricia.
Gavetas, cabeça, vazia...
Sem teu cheiro, teus sapatos, sem tuas roupas pelo chão.
Teu amor, teu corpo, onde estão?
Clima frio no quarto.
Desencontros, meus coringas são minhas incertezas.
Não devo murmurar meus segredos.

Autor – Odair Ribeiro

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