quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Maria das dores.


Final do dia o sol murchando e o entardecer morria.
As galinhas nos poleiros, os bois e os cavalos nas cocheiras.
Fase de lua cheia iluminando surgindo por trás do mar no horizonte.
A Maria das Dores nas lamurias cantando gemendo suas dores.
O filho morreu de quebranto, mau olhado, espanto.
As rezadeiras benziam as roupas com água “benta” da fonte.
Sombras de um Lobisomem uivando no topete do monte.
Ficou embuchada de um jovem apaixonado amante.
E o homem disfarçava sua alegria no semblante e não sorria.
Vagava sorrateiro nas sombras sentindo as dores da Maria.
Em seus eternos movimentos as vidas se apagam... acendem...

Autor – Odair Ribeiro


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