quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Fazem muita poesia reuniões, acertos, orgias.


Barriga do mané

Não gozo da cara do cara!
Dele para gozar basta a telinha.
Atrofiaram, 
condicionaram o discernimento do Mané.
Só quer saber do pão, do arroz, 
do tostão, dos bagos, do feijão.

Tem gente que escreve, fala, canta, 
quatro, cinco, seis abobrinhas.
As FM tocam, o povo lê, aparece na T.V.
O cara é gênio é E, T.

O Zé povinho engole, não mastiga.
E eles falam, insistem aumentou a cultura, 
tem democracia.
Fazem muita poesia reuniões, 
acertos, orgias.
E a mente, barriga do Mané continua vazia.

Autor-Odair Ribeiro


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