Esse é o enredo.
O escuro da escuridão pega em minha mão.
Pensa que sou cego e quer me conduzir para seu
porão.
Disfarço faço que não o vejo sair de traz como
caranguejo.
Sem olho nas costas mesmo assim vejo o enredo.
O sambista sai sambando na pista como porta bandeira
e passista.
Passeando na passarela apoiado numa bengala entra no
camarote
Um prego na parede feito cabide pendura seu boné.
Espera o resultado na antessala e uma agulha na
bunda lhe põe de pé.
Aflito confia no trabalho e muito mais
Se não houver fraude e tiver sorte,
Sai o grito de campeão e o vencedor é o ladrão do
norte.
O sol na calçada aquece a retina esbugalhada de sono
e
O fígado, o rim reclamando de seu estado drogado.
Meu pensamento samba o samba enredo e fica
petrificado,
Mas mesmo assim todo ano esperam melhor resultado.
E vão enterrando suas mágoas e ressuscitando nova
alegoria.
Desta vez não tem pra ninguém vai ser nossa a
alegria...
Com a derrota numa quarta feira de cinzas de finados
Retoma sua caminhada o abismo sem sentido sua vida.
Autor-Odair Ribeiro
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